Saúde

Surto de síndromes gripais: Governo declara estado de emergência em saúde pública no Amapá

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Medidas emergenciais foram adotadas para conter casos, que aumentaram 53,11% em relação a 2022.

Neste sábado, 13, o governador do Amapá, Clécio Luís, assinou decreto que declara emergência em saúde pública após o Estado identificar surto de síndromes gripais e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no público infantil. Com isso, medidas emergenciais começaram a ser adotadas para conter os casos, que aumentaram mais de 300% de janeiro até a primeira semana de maio deste ano.

Foto: Netto Lacerda/GEA

O Hospital da Criança e do Adolescente (HCA) registra superlotação da unidade de Pronto Atendimento Infantil (PAI). De acordo com a Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS), o quadro é provocado pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), agente causador de doenças como a bronquiolite, inflamação que dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões. Também há casos de Influenza A e B e Covid-19.


“A suspeita inicial era de um período sazonal, mas os casos estavam muito acima do esperado. Precisamos, portanto, tomar medidas sanitárias imediatas. Vamos unir forças e fazer busca ativa para imunizar nossas crianças. O Estado vai fazer sua parte, mas é fundamental o papel da família e de toda a sociedade”, declarou o governador Clécio Luís.

O Ministério da Saúde foi informado pelo Estado sobre o quadro epidemiológico do Amapá. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça a necessidade de ampliar a vacinação contra a gripe, já que, até este sábado, foi imunizada apenas 16% da população infantil vacinável, que é de 6 meses a 6 anos incompletos. Macapá, Oiapoque, Santana e Laranjal do Jari apresentam a menor cobertura vacinal.

Entre as ações imediatas adotadas pelo Estado, estão o aumento do número de leitos clínicos e de Tratamento Intensivo (UTI), reforço de oxigênio para as unidades de saúde, aumento dos plantão entre os profissionais de saúde, e a reativação do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (Coesp), com reforço da Associação dos Municípios (Ameap) e do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems).

Chama a atenção que esse público é muito sensível, vulnerável. Então é mais do que importante a participação dos pais na percepção dos sintomas, o que ajuda no controle, para evitar a superlotação dos hospitais. Esse problema não é restrito na rede pública, também há problemas na rede privada. Temos carência na pediatria, então é importante que esses cuidados sejam feitos, em conjunto ao Governo, dentro de casa”, pontuou o vice-governador Teles Júnior.

Dados
De 1º de janeiro até o dia 6 de maio deste ano, o Amapá apresentou um aumento de 53,11% no número de casos de síndrome gripais, e 108,33% da forma mais grave da doença, se comparado ao mesmo período de 2022.

Até a última quinta-feira, 11, a rede hospitalar pública e privada registrava mais de 190 casos de internação, sendo 29 entubadas. Desses, 109 se concentravam no Hospital da Criança e do Adolescente (HCA) e Pronto Atendimento Infantil (PAI), com 22 crianças na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A maioria dos pacientes possui idade entre 7 meses e 4 anos.

E ainda, na tarde deste sábado, o governo se reúne com prefeitos para tratar sobre as medidas emergenciais que podem ser feitas nos municípios. Participam presencialmente os prefeitos de Macapá e Santana, e os demais virtualmente.

 

Com informações de Fabiana Figueiredo 

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