O Governo do Amapá e o Ministério da Saúde, em colaboração com o Fundo de Populações das Nações Unidas, ofereceram aos profissionais da rede de saúde pública do estado, o curso de formação de multiplicadores em Inserção de Dispositivo Intra Uterino (DIU). A ideia é desmistificar este modelo de contraceptivo não hormonal e atender a política de planejamento familiar.
O foco é qualificar as equipes e disponibilizar os insumos. A iniciativa faz parte da estratégia de ampliação do uso de métodos reversíveis de longa duração no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O curso, que foi dividido em módulos com aulas teóricas e práticas, buscou estabelecer centros de referência para expandir a oferta dos métodos de longa duração, como o DIU de cobre e implante subdérmico.
A técnica da Saúde da Mulher da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Rosa Muniz, explica que o projeto integra a estratégia do Ministério da Saúde para garantir os direitos sexuais e reprodutivos de todas as pessoas e contribuir para a redução da mortalidade materna e da gravidez não intencional.
“A inserção do DIU é uma demanda recorrente no SUS, por se tratar de um recurso que previne a gravidez não planejada. Essa formação com certeza vai ter um impacto nos nossos indicadores e assegura que as pessoas que buscam os serviços tenham a possibilidade de ser atendidas por profissionais que as apoiem nas escolhas. E sejam informadas sobre o que é melhor para sua realidade, em relação ao cuidado e à contracepção, especialmente’, pontuou Rosa.
Neste primeiro momento, oito profissionais foram qualificados como multiplicadores e capacitados para realizar a inserção de DIU. A enfermeira do município de Macapá, Karina Mendes, concluiu a formação e diz que com o curso, a expectativa é dar mais resolutividade às usuárias do SUS.
“A minha expectativa em relação ao curso é que a gente tenha mais efetividade e consiga entregar a essa mulher uma resolutividade. A gente precisa fazer com que as coisas sejam acessíveis. Porque informação, às vezes, tem, mas a informação não foi clara para a paciente, e essa formação nos dá estratégias para acessar essa paciente”, disse a profissional.
Durante a oficina foram utilizados recursos pedagógicos como modelos anatômicos que simulam a pelve, kits de inserção e o próprio dispositivo.
Desconstruindo mitos
O articulador técnico no processo de organização da Rede de Atenção à Saúde Materno-Infantil no Estado do Amapá, Wesley Nogueira, afirmou que o aprendizado é fundamental para desconstruir alguns mitos em relação ao DIU, e contribuir para que os profissionais aprimorem o olhar sobre a saúde integral, incluindo a das mulheres.
“A formação nos dá essa oportunidade de enfrentar esses mitos e aproximar os enfermeiros e médicos da técnica. A oferta de informações baseadas em evidências sobre como fazer o acompanhamento adequado, orientar as mulheres e organizar as equipes para garantir o acesso a essa usuária”, finalizou o articulador.
Com informações de Jamile Moreira
Fotos: Gabriel Maciel/Sesa