A Polícia Civil do Estado Amapá concluiu uma importante investigação que desmantelou um esquema sofisticado de fraudes eletrônicas. O caso envolveu um grupo de pelo menos quatro pessoas, que operava dentro e fora do sistema penitenciário do Amapá.
O Delegado Nícolas Bastos, que presidiu a investigação, representou pela prisão de todos os envolvidos, no entanto, a justiça negou os pedidos, por entender que havia se passado muito tempo desde o cometimento do crime (aproximadamente 10 meses).
Um aspecto observado pela investigação é a tendência de alguns membros de organizações criminosas estarem migrando de crimes como roubo e tráfico de drogas para “golpes” pela internet.
A equipe conseguiu identificar com precisão as funções de cada membro do grupo criminoso:
A esposa de um detento do IAPEN comprava “chips” e os cadastrava para que presos usassem contas de WhatsApp dentro da prisão.
De dentro da prisão, outro integrante criava falsas páginas de lojas de materiais de construção, usando nomes de lojas reais, e enganava as vítimas fazendo falsas vendas. A voz deste indivíduo foi identificada nas mensagens de WhatsApp extraídas durante a investigação.
Outro detento recrutava membros do grupo criminoso ao qual pertence para cederem suas contas bancárias como “laranjas” para receber os valores dos “golpes” em suas contas bancárias.
Por fim, o elo mais visível da organização, uma ex-presidiária, que responde por tráfico de drogas (duas prisões em flagrante) e por integrar organização criminosa cedeu sua conta bancária em troca de uma comissão do dinheiro da vítima.
Os investigadores conseguiram rastrear transferências bancárias, extrair e analisar conversas de aplicativos de mensagens, e identificar dispositivos eletrônicos utilizados nos crimes.
A Polícia Civil demonstrou mais uma vez sua capacidade de produzir provas complexas, utilizando técnicas avançadas de análise digital e cruzamento de dados, que resultou no indiciamento dos quatro indivíduos pela prática do crime de fraude eletrônica.
Com informações da PC-AP