Política

Petrobras apresenta plano de segurança para exploração de petróleo na Costa do Amapá

Compartilhe

A Petrobras apresentou nesta quarta-feira (29) ao governador Clécio Luís a estrutura de pronta resposta para eventuais incidentes durante a pesquisa e futura exploração de petróleo na Costa do Amapá. O plano de segurança, considerado o maior do Brasil, recebeu investimentos superiores aos aplicados em bacias do Sudeste, que já contam com centenas de poços e 66 plataformas em operação.

Foto: Ascom GEA

O projeto atende às exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para o licenciamento da área e prevê o uso de uma sonda, 12 embarcações, três helicópteros, um Centro de Defesa Ambiental e dois Centros de Reabilitação de Fauna. Uma dessas unidades já opera em Belém desde 2023, enquanto a outra, localizada em Oiapoque, deve ser concluída até março deste ano.

Foto: Ascom GEA

Durante a apresentação, o governador Clécio Luís destacou que a construção da unidade de fauna em Oiapoque está sendo realizada dentro das exigências ambientais. Ele ressaltou que, se essa era a última pendência para a liberação da licença, deveria ter sido colocada como condicionante desde o início, permitindo um melhor planejamento sem comprometer as questões ambientais.

A criação dessas bases especializadas foi um dos pontos levantados pelo Ibama quando negou, em outubro do ano passado, o pedido da Petrobras para iniciar a exploração na costa amapaense. O órgão questionou, entre outros aspectos, o tempo de resposta em caso de vazamento e a falta de uma estrutura mais próxima dos poços para atender animais afetados.

Para garantir a segurança e minimizar impactos ambientais, seis das 12 embarcações serão destinadas exclusivamente ao resgate da fauna, contando com veterinários e especialistas prontos para atuar em qualquer situação. As outras seis embarcações serão equipadas para contenção e recolhimento de óleo, operando em esquema de revezamento ao lado da sonda. O plano também inclui um porto em Belém e um aeródromo em Oiapoque para facilitar o deslocamento de equipes e equipamentos.

Foto: Ascom GEA

O gerente-geral de Licenciamento e Conformidade Ambiental da Petrobras, Gustavo Limp, afirmou que a estrutura será utilizada apenas em casos de emergência e garantiu que o projeto será conduzido com total segurança, sem riscos adicionais ao meio ambiente. Ele destacou que a equipe técnica da estatal tem profundo conhecimento da região e realiza incursões constantes para monitoramento.

A Petrobras concentra suas pesquisas na Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, com foco no bloco FZA-M-59, localizado a mais de 2,8 mil metros de profundidade. A estatal já perfurou mais de 3 mil poços com as mesmas características sem registro de danos ambientais.

O gerente-geral de Exploração da Margem Equatorial, Marcos Valério Galvão, explicou que o mapeamento da área leva aproximadamente cinco meses, mas que os resultados concretos da exploração podem levar anos para serem obtidos. Segundo ele, a liberação das licenças é essencial para que todos os envolvidos, principalmente a população, possam se preparar para os impactos econômicos e sociais da atividade.

Galvão destacou ainda que a indústria petrolífera opera em ciclos longos e demanda altos investimentos, levando em média oito anos desde a descoberta do petróleo até o início da produção. Além disso, os projetos possuem uma vida útil de até 30 anos. Ele reforçou que a Petrobras adota equipamentos de última geração para garantir a segurança e minimizar qualquer risco ambiental.

A estatal aguarda a autorização do Ibama para dar continuidade à exploração na Costa do Amapá, enquanto segue aprimorando sua estrutura de segurança e resposta ambiental para atender todas as exigências do processo de licenciamento.

Compartilhe