Nesta quinta-feira, 13, o Governo do Amapá garantiu passagens para a seleção amapaense paralímpica no Campeonato Regional Norte de Bocha, em Rondônia, que acontece entre os dias 20 e 23 de junho. A iniciativa faz parte do Plano de Governo da gestão, que consiste em apoiar paratletas em disputas fora do Estado.
Três atletas irão disputar a competição, estando acompanhados de seus ajudantes e treinadores, que vão formar a comissão técnica da equipe. O primeiro lugar vale a classificação para participar do Campeonato Brasileiro de Bocha. Todos os treinos foram coordenados pela Secretaria de Estado de Desporto e Lazer (Sedel).
O paratleta Isaac Vilhena de Deus, de 27 anos, nasceu com malformação congênita nos braços e pernas, uma anomalia estrutural ou funcional que ocorre durante a gestação. O jovem destacou que pratica a modalidade desde 2014, mas ficou afastado por um tempo e decidiu retornar em 2023.
“Estou com muita expectativa de viajar, ficar em primeiro lugar e garantir uma vaga no ‘Brasileirão’, agradeço a todos que acreditaram no meu potencial. Um sonho é ir atrás de mais oportunidades, me tornar um dos melhores e competir no exterior para representar o Brasil, porque essa grande possibilidade é real”, destacou Vilhena.
A mãe da Fernanda Alves, Elizama Alves, irá viajar com a delegação acompanhando sua filha, que tem paralisia cerebral. Ela conta que após Fernanda ingressar no esporte, sentiu a jovem desenvolver ainda mais suas habilidades físicas e mentais.
“O sentimento de felicidade é inexplicável. Eu, como mãe, me sinto muito feliz, pois é um incentivo que melhora a qualidade de vida dela, e eu vi a mudança depois que ela começou a fazer esses treinos, tanto na parte psicológica como física”, relata Elizama, emocionada.
Bocha Paralímpica
Praticada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas, a bocha paralímpica só apareceu no Brasil na década de 1970. A competição consiste em lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca. Os atletas ficam sentados em cadeiras de rodas e limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. É permitido usar as mãos, pés, e instrumentos de auxílio chamados de “calhas”.
Classes
Na classificação funcional, eles são divididos em quatro classes, de acordo com o grau da deficiência e da necessidade de auxílio ou não. No caso dos atletas com maior grau de comprometimento, é permitido o uso de uma calha para dar mais propulsão à bola. O calheiro posiciona a canaleta à sua frente para que ele empurre a bola pelo instrumento com a cabeça. As categorias são:
BC1 – Ajudantes podem estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola, quando pedido;
BC2 – Não podem receber assistência;
BC3 – Deficientes severos, que usam instrumento auxiliar e podem ser ajudados por outra pessoa;
BC4 – Possuem deficiências severas, mas não recebem assistência.