Economia

Mudança climática diminui a produção de frutos de castanha-do-pará

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A elevação da temperatura e a redução das chuvas, ocorridas na Amazônia devido ao El Niño nos anos de 2015 e 2016, diminuíram em até oito vezes a produção de frutos da castanha-do-pará na safra de 2017, no sul do Amapá.

Esta conclusão está no artigo “Forte El Niño reduz produção de frutos de castanheiras na Amazônia oriental”. O artigo foi publicado na Acta Amazônica, revista científica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

O que é El Niño

O El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico que ocorre quando a temperatura das águas do oceano Pacífico Equatorial fica mais quente do que a média normal, influenciando no calor e umidade de várias regiões do mundo. Em 2015 e 2016, esse fenômeno foi o mais intenso dos últimos 50 anos e afetou toda a região amazônica com uma temperatura máxima mensal de 2,1°C maior em relação à média máxima normal de outros anos.

Os dados foram coletados na Reserva Extrativista do Rio Cajari (Resex Cajari), unidade de conservação de uso sustentável localizada no sul do Amapá, onde a Embrapa lidera pesquisas de longo prazo sobre a castanheira.

Os pesquisadores analisaram os números da produção de frutos de 205 castanheiras em duas florestas da Reserva, referentes ao período de 2007 até 2018.

 

Baixa produção aumentou o preço ao consumidor

Em 2017, houve uma queda sem precedentes na produção de castanha em toda a Amazônia, com um total de 21.651 mil toneladas, 37% abaixo da média de 10 anos (2010-2019), de acordo com dados do (IBGE, publicados em 2021.

De acordo com a Embrapa, em 2017, a baixa produção de frutos da castanheira elevou o preço da lata de 11 quilos (unidade de referência para comercialização) de R$ 50,00 em 2016 para R$ 120,00 em 2017, em diversas áreas de extrativismo da Amazônia. No caso do Amapá a elevação foi ainda maior, ficou em torno de R$ 200,00.

Autores

O artigo “Forte El Niño reduz produção de frutos de castanheiras na Amazônia oriental”, é assinado por cientistas de diversas instituições. Da Embrapa, participam: Lúcia Wadt, Lucieta Martorano, Marcelino Guedes, Ana Cláudia Lira-Guedes. Os demais são: Dayane Pastana, Érica Modena, Ezaquiel de Souza Neves, Rafael de Souza, Felipe Costa e Anderson Batista.

Fonte: Embrapa Amapá.

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