A equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou a 3ª Campanha de Monitoramento de Quelônios Amazônicos do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque. A ação acontece entre os meses de setembro a dezembro, e tem o objetivo coletar informação qualificada do período de reprodução do tracajá (Podocnemis unifili), espécie alvo desse monitoramento.
Comunitários que vivem na BR-210, também conhecida como Perimetral Norte, participam dessa atividade auxiliando no monitoramento e contribuindo com o conhecimento tradicional sobre a biodiversidade desta área protegida.
Durante os trabalhos, os monitores identificam os ninhos e pontos de desova no rio Amapari, localizado no interior do Parque, para mensuração da capacidade reprodutiva dos quelônios. Além disso, eles recebem uma ficha onde coletam dados sobre os ninhos por meio da qual é possível constatar a eclosão de ovos, ovos predados, ovos não fecundados e número de filhotes vivos. Os dados obtidos compõem um banco de dados nacional, permitindo a análise contínua da biodiversidade na área. O monitoramento dessa espécie é importante por que sobre muitas ameaças de caça predatória e a coleta de ovos para consumo e o comércio ilegal.
A iniciativa faz parte do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, com apoio financeiro do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) e com o apoio acadêmico do Centro de Estudos dos Quelônios da Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.
Floresta Nacional do Amapá – Outra atividade paralela de monitoramento de quelônios acontece na Floresta Nacional do Amapá, onde são monitoradas as praias nas quais são pontos de desova dos tracajás, também com o caráter de participação das famílias ribeirinhas do alto rio Araguari e do rio Falsino.
Nessa atividade, os ovos são realocados para a base da unidade de conservação e monitorados até o momento do nascimento e da soltura no rio Araguari. O objetivo desta atividade é o repovoamento da espécie na área, que há muita pressão de caça ilegal, pois é mais próxima da área urbana.
Com informações de Alessandra Lameira; Fotos: Icmbio e Nayara Araújo