De florestas preservadas à integração cultural, Amapá e Guiana Francesa decidiram transformar suas semelhanças em força para a COP30. A declaração de intenção assinada em Caiena, na última sexta-feira (10), marca o compromisso dos dois governos em apresentar, na conferência climática de novembro, um modelo de desenvolvimento que respeite a Amazônia e as comunidades que nela vivem.

O governador do Amapá, Clécio Luís, destacou a importância dessa parceria. “A Guiana Francesa e o Amapá podem, juntos, potencializar a defesa do meio ambiente, o enfrentamento às mudanças climáticas, e as relações comerciais e culturais que nos ligam. Vamos chegar fortes na COP para mostrar um modelo que respeita a Amazônia quilombola, indígena e ribeirinha.”

A assinatura do protocolo foi acompanhada por representantes do governo guianense, como Jean-Paul Fereira, vice-presidente da Coletividade Territorial da Guiana (CTG). “Somos os primeiros a sentir os impactos das mudanças climáticas, como vimos nos períodos de seca. Essa convenção reforça nosso compromisso em trabalhar juntos para encontrar soluções que priorizem a preservação e o bem-estar de nossos povos”, afirmou Fereira.
A parceria busca não apenas reforçar o discurso ambiental conjunto na COP30, mas também fomentar o desenvolvimento sustentável nas regiões transfronteiriças, promovendo uma economia que respeite a floresta e suas comunidades.
Um comitê será formado para organizar a participação conjunta dos dois governos na conferência, estabelecendo um calendário de atividades preparatórias até novembro. Essa integração reflete a estratégia diplomática do Amapá, que, sob a liderança de Clécio Luís, tem fortalecido relações internacionais por meio da Secretaria de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Amapá Internacional).
A reaproximação entre Amapá e Guiana Francesa, iniciada em 2023, já trouxe avanços significativos no desenvolvimento econômico, cultural e social, especialmente por meio da Comissão Mista Transfronteiriça (CMT). Essa união demonstra como cooperação e visão sustentável podem ser ferramentas poderosas para o futuro da Amazônia e do planeta.